Por que adultos estão comprando “dumbphones”?
- Carlos Costa
- 18 de set.
- 3 min de leitura
busca por menos notificações, mais presença e uma vida com menos algoritmos
Em um mundo onde tudo acontece na tela — reuniões, amizades, compras, notícias e entretenimento — a tendência mais inesperada de 2025 talvez seja esta: adultos trocando seus smartphones por aparelhos simples, quase “burros”, conhecidos como dumbphones.
Esses celulares sem redes sociais, sem aplicativos, com limite de funções e estética retrô vêm ganhando espaço justamente entre pessoas que já viveram o pico da hiperconectividade… e se cansaram.

📵 O que são dumbphones?
“Dumbphone” é o termo oposto ao famoso “smartphone”. São aparelhos que fazem chamadas, enviam SMS, têm alarme, calendário, calculadora e, no máximo, um joguinho antigo. Alguns têm acesso à internet, mas com funções extremamente limitadas.
Modelos como o Nokia 3310 retrô, o Light Phone II e o Punkt MP02 estão esgotando em lojas especializadas e chamando atenção até mesmo das novas gerações.
🧠 Por que pessoas estão trocando tecnologia de ponta por simplicidade?
A resposta não é falta de acesso ou nostalgia gratuita. É sobre saúde mental, foco e reconexão com a vida real.
Veja os principais motivos:
1. Fadiga digital
Notificações constantes, feeds infinitos, pressão por performance e likes. A promessa de conexão virou exaustão mental.
2. Desejo de foco
Estudos mostram que o uso constante de smartphones prejudica a concentração e a memória de curto prazo. Os dumbphones são uma forma prática de eliminar distrações e recuperar o foco.
3. Qualidade de vida
Muitos adultos estão percebendo que estar disponível 24/7 não é sinônimo de produtividade. Reduzir o tempo de tela tem melhorado o sono, os relacionamentos e até a autoestima.
4. Presença real
Conversar sem olhar para a tela, andar na rua atento ao caminho, esperar na fila observando o ambiente… Tudo isso virou raro. O dumbphone devolve à rotina momentos de presença plena.
📱 Menos é mais: o novo luxo é estar offline
Curiosamente, ter um celular sem redes sociais virou símbolo de autonomia. Em tempos de vício digital generalizado, escolher um dumbphone é um ato quase revolucionário.
É como se o consumidor dissesse:
"Não quero mais ser um produto das plataformas. Quero usar a tecnologia, não ser usado por ela."
📊 Um dado que reforça a tendência
De acordo com a fabricante suíça Punkt, especializada em celulares minimalistas, o interesse por dumbphones cresceu significativamente nos últimos anos. A marca relata que tem recebido uma demanda global crescente, impulsionada principalmente por adultos que buscam uma vida com menos distrações e mais foco.
Além da Punkt, outras empresas como a Light Phone também relatam esse aumento no apelo comercial dos aparelhos simples, à medida que mais pessoas passam a valorizar bem-estar digital em vez de hiperconectividade.
Esse movimento não é isolado — ele está diretamente ligado ao crescimento de conversas sobre minimalismo digital, saúde mental e uso consciente da tecnologia.
🌱 O que isso ensina para o marketing?
O movimento dos dumbphones revela uma lição poderosa: consumidores não querem só inovação — querem propósito.As marcas que entenderem esse novo comportamento sairão na frente, oferecendo experiências mais humanas, éticas e equilibradas.
Comprar um dumbphone é mais do que nostalgia — é um manifesto. É uma forma de retomar o controle sobre o tempo, o foco e a atenção.
Não se trata de rejeitar a tecnologia, mas de redefinir o que realmente importa.
📌 E você? Teria coragem de abandonar o smartphone por uns dias?
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